terça-feira, 14 de junho de 2011

A pedagogia da Autonomia - Paulo Freire


Freire,Paulo.1996.Pedagogia da Autonomia .Ed. Paz e Terra.São Paulo-pag.1-146


O objetivo de Freire neste livro é discutir a prática educativa progressista, abordando temas indispensáveis para o exercício docente na formação do educando.

O autor detalha que não há como você ser um bom professor se não for um bom aluno. Ele destaca que só educa quem se deixa educar criando situações para que a formação aconteça. Deve ser uma constante no educador habituar-se a desenvolver um olhar crítico do mundo e levar o educando a mesma prática. Acontecimento certo quando há envolvimento com a formação. Quando pesquiso,quando questiono,indago inquietamente para investigar o novo, me aprofundo na teoria não para criticar,mas absorver, para que em sala de aula, na vida real do educando seja capaz de gerar pensamentos,relações e reflexões sobre essa realidade,respeitando seu conhecimento prévio gerado por sua correlação com o mundo a sua volta.Pensar e fazer andam juntos.São práticas indissociáveis. Paulo Freire deixa claro que o que faço define quem eu sou, e, se me deixo levar pelas ideologias,me esquivo do pensar certo,rejeitando o novo e vivendo por sistemas de idéias possivelmente errôneas.É mister deixar que o educando em sua curiosidade ingênua,gerada de suas vivências, se supere indo à epistemológica,levando o educando a se   transformar e modificar o mundo a sua volta.Mesmo com uma rigorosidade metódica na inquietação indagadora da criticidade. Somos seres inacabados, portanto não detemos verdade absoluta. Porém,embora quebremos paradigmas,criamos outros para possivelmente serem rompidos.Se a escola não tiver a consciência do ser inacabado,passamos a taxar uns aos outros,como se fossemos perfeitos em nós mesmos.Podemos nos recriar,nos renovar.Nossa cultura predetermina o que devemos ser,mas não significa que devemos nos condicionar ao que nos é imposto.Desconstruo  meu legado para produzir outros condicionamentos e posteriormente os superá-los.

Diante disso, Freire destaca a importância de um educador buscar sua formação com qualidade. Um professor sem aprofundamento profissional não consegue ter domínio de sala, nem autoridade. Por isso a necessidade do equilíbrio entre autoridade de professor e liberdade de educandos.Contudo, torna-se necessário desenvolver o respeito mutuo para a formação do saber através da autonomia da responsabilidade por decisões tomadas por si mesmos. Freire aposta que se o aluno exercita sua liberdade autônoma é capaz de dentro do ambiente discernir a prática da teoria.O que obriga o educador a realmente se envolver com o que quer formar determinando ser impossível passar desapercebido diante da turma.O ensino tem de ser coerente com sua vivência.O ofício do educador é eficaz quando leva o aluno a ser sujeito de sua história ,quando inevitavelmente transforma seu mundo.Não se deixando “miopizar” nem se amaciar aceitando “pegar o trem pelo caminho” sem questionar de onde ele veio nem interferir para onde ele pode ir.
A realidade hoje é diferente das idéias de Freire. Mesmo o livro sendo repetitivo, é possível associar encaixando o perfil de escolas que se acomodam com conteúdos ultrapassados não se adaptando à realidade tecnológica.Muitos professores contribuem simplesmente para o equivoco de deixar como está,não se preparam,não se reciclam,vendo o educando somente como objeto de trabalho.A esperança do autor é contagiante e nos leva a realmente acreditar na mudança pedagógica da educação do país.